se a coisa apertar em que ombro vou chorar em que braço vou deitar
se a coisa apertar
se a fome bater se o peito doer se a pele sangrar
em que ombro vou chorar
não no seu
não no seu
se alguém.. minha garganta apertar
em que ombro vou chorar
e que manga de camisa vou molhar
se a coisa apertar se o fosso afundar se o teto ceder
em que braço vou chorar em que carne vou morder
se a coisa apertar
quem eu vou chamar
quem eu vou rever
não você
não você
se a coisa apertar
se a vida matar
se o barco afundar
se a terra vingar
se a lama brotar
se a ira chegar
se a mágoa reinar
em que ombro vou chorar
não no seu
não no seu
OLHO PRO LADO OLHO PRO OUTRO QUEM?
SÓ QUERO ALGUÉM PRA CHAMAR DE MEU BEM.
3.21.2011
3.19.2011
3.02.2011
sempre atrás do que eu não sou
sempre atrás do que é bonito ser
engolindo bosta
arrotando ostra
dissimulando ter
o que pra mim parece não haver
não
não vou omitir os meus dias de cão
levo eles comigo ardendo ardido
sempre atrás do que eu não sou
escondendo o meu ganido
poemeto barroquianoadolescente, todavia sempre presente:
tudo o que eu faço é punido
tudo o que eu faço é sofrido
vivo na angústia suprema
de achar que minha vida é plena
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