3.21.2011

se a coisa apertar em que ombro vou chorar em que braço vou deitar
se a coisa apertar
se a fome bater se o peito doer se a pele sangrar
em que ombro vou chorar

não no seu
não no seu

se alguém.. minha garganta apertar
em que ombro vou chorar
e que manga de camisa vou molhar
se a coisa apertar se o fosso afundar se o teto ceder
em que braço vou chorar em que carne vou morder
se a coisa apertar
quem eu vou chamar
quem eu vou rever

não você
não você

se a coisa apertar
se a vida matar
se o barco afundar
se a terra vingar
se a lama brotar
se a ira chegar
se a mágoa reinar

em que ombro vou chorar




não no seu
não no seu














OLHO PRO LADO OLHO PRO OUTRO QUEM?


SÓ QUERO ALGUÉM PRA CHAMAR DE MEU BEM.

3.19.2011


Comigo ou semmigo a vida videia, que ela num tá no meu umbigo.
Semmigo os malandro navalheia, as puta zoneia, e os mendigo.. aos bom moço chateia.
Comigo ou semmigo a estrada tonteia, os carro voa e os avião incendeia.
Comigo ou semmigo.





Arte de Felipe Ribeiro.

3.02.2011

sempre atrás do que eu não sou

sempre atrás do que é bonito ser

engolindo bosta

arrotando ostra

dissimulando ter

o que pra mim parece não haver

não

não vou omitir os meus dias de cão

levo eles comigo ardendo ardido

sempre atrás do que eu não sou

escondendo o meu ganido














poemeto barroquianoadolescente, todavia sempre presente:


tudo o que eu faço é punido

tudo o que eu faço é sofrido

vivo na angústia suprema

de achar que minha vida é plena

3.01.2011


Aos poucos que acompanham este blog, anuncio: Ando rabiscando mais e escrevendo menos.

Espiem meu outro blog: http://kawakka.blogspot.com/